domingo, 30 de março de 2014

Perdidos na Noite - ( Midnight Cowboy 1969 )



 No frio de Nova Iorque dois homens tentam encontrar seu caminho.



Violência! essa é a palavra que melhor define Nova Iorque, não só a violência criminosa, mas principalmente a violência no trato com as pessoas nas relações humanas, a cidade predileta de alguns dos meus cineastas prediletos, é um lugar violento, sujo e nada hospitalar, seu transito caótico, o barulho de buzinas, os toldos cobrindo uns aos outros os arranha-céus imponentes, estalagmites desafiando os deuses, Nova Iorque pulsa o ódio aos fracos, a pressão de se superar e o sentimento de ser o maior, o melhor, um sentimento que é maior que um desejo, que é mais que uma necessidade é uma obrigação, mas que vem como algo natural como se a cidade tivesse nascido pra isso e com sua falta de jeito e total despreocupação em ser simpática e calorosa obriga a todos que ousarem viver ali a serem igualmente grandiosos, não a lugar no mundo mais atraente e mais cruel que Nova Iorque.

Tudo isso nos é obvio e comum, mas a 45 anos atrás Nova Iorque ainda enganava jovens rapazes ingênuos vindos do interior do Texas, não que Joe Buck (Jon Voight) seja um tolo por completo, seu objetivo na Big Apple é um só, enriquecer trabalhando como garoto de programa de luxo para senhoras ricas, aqui pra nós, mesmo em 1969 essa era uma ideia ruim, mas o cowboy é ingênuo e burro demais para perceber e passa por uma serie de desventuras até por sorte - mas nem tanto - encontrar  Enrico Salvatore Rizzo (Dustin Hoffman), assim que bate os olhos em Joe o marginal deficiente "Ratso" percebe uma chance de se dar bem, e não deixa a oportunidade de se aproveitar do rapaz passar, ao perceber que foi usado Joe tem uma leve melhora no seu estado de ingenuidade e passa a ficar um tanto mais atento a cidade que resolveu chamar de sua.




Perdidos na Noite não é um filme para muitos, afinal é uma daquelas historias em que desde o primeiro minuto você percebe que tudo dará errado, mas la você fica para apreciar a degradação humana, mesmo porque não existe lugar melhor para se desconstruir um homem do que as ruas poluídas de Nova Iorque.

Durante quase toda a projeção Ratzo e Joe são os únicos personagens em cena, já que do golpe de Ratzo acaba nascendo uma amizade com tons um tanto homo eróticos, uma fantástica batalha de interpretações que rendeu indicações ao Oscar de melhor ator a Voight e Hoffman, nesse que foi apenas o quarto trabalho de Voight no cinema, alias a muito tempo não via um bom filme seu e foi legal lembrar que aquele tiozinho com cara de antipático mais lembrado por A Lenda do Tesouro Perdido e por ser pai de Angelina Jolie, foi ( e quem sabe ainda é) um ótimo ator, capaz de convencer no papel de um completo tapado metido a garanhão, do outro lado Hoffman, mais um que a tempos não faz nada acima da media, nos faz lembrar porque ele é um dos maiores de todos os tempos com seu malandro amargurado e castigado pela vida, alem deles a excelentes tipos interpretados por John McGiver, Barnard Hughes, Brenda Vaccaro e Sylvia Miles essa ultima indicada ao Oscar de Atriz Coadjuvante por sua atuação de apenas 6 minutos, alias nenhum dos outros aparece por muito mais tempo que isso e todos ilustram a violência e barbárie da alma de Nova Iorque.


John Schlesinger dirige o filme de uma maneira frenética e ao mesmo tempo lenta o que da a película uma atmosfera particular, mas que é magistralmente conduzida por ele, talvez até por trabalhar com um tema tão comum a suas obras a Homossesualidade, de toda a forma valeu o tempo parado em frente a tv, mesmo não se tornando um dos meus prediletos é um trabalho que merece ser visto, mas salvo aviso, com um enredo denso e por vezes até cansativo Perdidos na Noite não é para madrugadas impacientes e mesmo com disposição não é tão simples gostar do filme e de seus personagens, mas particularmente quando for a Nova Iorque algo me diz que me lembrarei com carinho do cowboy da meia noite e seus fantasmas e de seu parceiro Rico "Ratzo" e seus demônios.

terça-feira, 25 de março de 2014

O Preço da Traição (Chloe) - 2009




Ficha Técnica: 

  • Ano: 2009
  • Direção: Atom Egoyan
  • Duração: 1h36
  • Gênero: Drama
  • Origem: França, Canadá, EUA
  • Elenco principal: Julianne Moore, Liam Neeson, Amanda Seyfried. 




Sinopse: 

Catherine (Julianne Moore) planeja uma festa surpresa para o marido, David (Liam Neeson). Só que ele perde o voo para Nova York, o que provoca uma grande decepção. Na manhã seguinte, ela lê no celular do marido uma mensagem de texto que revela que ele perdeu o voo para que pudesse tomar uns drinks. Pouco tempo depois, ela pergunta a David se perdera o voo intencionalmente, o que ele nega com convicção. A partir de então Catherine passa a crer que o marido tem um caso. Decidida a testá-lo, ela contrata Chloe (Amanda Seyfried), uma garota de programa, para seduzi-lo. Só que os encontros cada vez mais regulares entre David e Chloe e a intimidade crescente entre eles aumentam cada vez mais o ciúme de Catherine.






Minha opinião:

Quando li a sinopse fiquei interessada, mas não havia visto o trailer (como faço com todos os filmes), confesso que fiquei surpresa com as cenas entre a Julianne Moore e a Amanda Seyfried.
Em O preço da Traição, há um certo suspense no ar, entre as protagonistas principalmente. Não senti a passagem do tempo no filme, e isso é algo que me incomoda ( assim como quando a passagem do tempo é muito rápida), acredito que deveria ter sido melhor ponderado isso no filme. Estava a assistir com uma amiga e (talvez porque eu tenha MUITOS filmes no curriculum ) ao final eu já sabia o desfecho, óbvio que isso é algo que nos deixa meio pra baixo rs.







Amanda Seyfried está sensual no filme, e gostei das cenas em que focam o rosto dela ( apesar de ela ficar com cara de sonsa muitas vzs ). Julianne Moore não tem muito o que dizer, pois sempre linda e com ótimas atuações. Considero ela uma atriz super talentosa e tenho percebido que ela tem no curriculum muitos filmes com cenas calientes ( vide Minhas mães e Meu pai e também Pecados Inocentes).







Amanda Seyfried me parece um belo contraste com sua beleza jovial, mas ainda assim , apesar de vários filmes aí, me parece necessitar de umas aulinhas no quesito atuação, pois várias cenas deixou a desejar ( talvez pelo desconforto das cenas lésbicas). 






Liam Nesson aparece em poucas cenas e Max Theriot aparecem em algumas cenas, mas breves, o foco do filme mesmo fica entre as duas mulheres, uma com baixa auto estima, que não acredita ser capaz de seduzir o próprio marido, e a outra desejada tão intensamente por todos os homens ao seu redor, mas que busca obsessivamente a única pessoa que não a tratou como um objeto.





Vale a pena conferir!