terça-feira, 26 de agosto de 2014

5 Centimetros Por Segundo (秒速5センチメートル, Byōsoku Go Senchimētoru)











Quando palavras se fazem necessárias, uma aquarela poética sobre a realidade humana.












Uma flor de cerejeira cai a uma velocidade de 5 centimetros por segundo, essa é uma das primeiras falas da lirica, doce e melancolica obra de Makoto Shinkai, uma dessas joias raras que encontramos meio sem querer e nos trazem grata surpresa e satisfação, não lembro como achei esse filme,  só sei que estava navegando pela net e vi o link com o titulo 5 Centimetros Por Segundo, no mesmo instante fiz uma pesquisa para descobrir do que se tratava, tenho uma fascinação por titulos, pra mim o titulo de um filme é quase tão importante quanto o enredo a direção as atuações etc, enfim pesquisei e descobri tratar-se de um filme de animação japonês, o que me fez ficar ainda mais curioso afinal uma animação com esse nome não é algo que se vê todos os dias, 5 Centimetros Por Segundo é um daqueles trabalhos que merecem ser visto, muitas pessoas torcem o nariz para esse gênero por tratar-se de um segmento "infantil" mas  5 Centimetros Por Segundo quebra esse paradigma desde seus primeiros minutos.


A pelicula conta a historia da amizade entre dois jovens, um garoto Takaki Toono e uma garota Akari Shinohara, que se conhecem no ensino primario e desenvolvem uma forte ligação até que são obrigados a se separar devido a uma mudança de Akari, a distancia no entanto não acaba com a amizade que permanece atravez de cartas que ambos utilizam para se comunicar, o filme é dividido em três capitulos que mostram diferentes momentos da vida de seus protagonistas, o primeiro, Flor de Cerejeira, mostra a construção da amizade a separação e o reencontro durante uma tempestade após um longo periodo sem se ver, aqui aparecem algumas das principais metáforas do filme o trem e a arvore no inverno e tambem o vazio da imensidão em que se encontram, 5 Centimetros Por Segundo trata disso, do amor e da solidão esmagadora em que muitas vezes nos colocamos, seu segundo capitulo Cosmonauta, se passa quando Takaki esta terminando o ensino medio e o ultimo que compartilha o titulo do filme, quando ambos já são adultos.
5 Centimetros Por Segundo é um daqueles filmes que te faz sentir-se nostalgico pelo fato de que praticamente todo mundo deixou alguem pra traz na vida, todos perderam um amor, uma amizade, por causa do tempo e da distancia, mas o que 5 Centimetros Por Segundo nos mostra principalmente é que muitas vezes não perdemos as pessoas porque elas se mudaram pro outro lado do pais e sim porque nós não tivemos tempo ou disposição para diser-lhes o quão importante era te-las em nossas vidas, 5 centímetros por segundo não é algo tao veloz assim mas é o titulo perfeito pra uma obra como essa pois essa pode ser a velocidade em que nos distanciamos das pessoas que amamos, das pessoas que nos fazem falta, que nos são caras, o problema é que por esse distanciamento ser assim tão lento ou melhor natural só se torna perceptível quando a distancia já se faz grande demais para ser enfrentada isso é o que Takaki só percebe ou aceita quando já se transformou na arvore seca sobre a qual descobriu seu amor.

Quando eu comecei a escrever mensagens que nunca envio?

E quantos já não passaram por isso, quantos não ignoraram aqueles q nos orbitam pela lembrança e/ou esperança de ter algo em que no profundo intimo já se sabe que perdeu o trem que leva Takaki ao encontro de Akari pode ser visto tambem como uma linha que divide a historia dos dois e de todos porque não.

Um filme de curtissima duração, são apenas 1 hora e 2 minutos, nos faz refletir sobre o quão duro é ser humano e ter que encarar as terriveis situações em que as palavras se fazem nescessarias e mesmo assim são deixadas de lado pelo medo da rejeição, pela covardia da duvida, a cançao que encerra o filme trata exatamente disso  “One more time, One more chance”, de Masayoshi Yamasaki foi composta em homenagem à sua namorada falecida no terremoto de Kobe em 1995, 5 Centimetros Por Segundo é lindo, triste e terrivelmente verdadeiro ao usar um anime para descrever uma situação totalmente humana, Shinkai faz por merecer a alcunha de " O Novo Hayao Miyazaki" sinceramente não vi nenhum outro trabalho de Shinkai por isso digo que compara-lo ao homem que fez meu filme predileto (A Viagem de Chihiro) é ser um pouco afobado, mas pela qualidade, delicadeza e brilhantismo demonstrado em 5 Centimetros Por Segundo eu diria que ele esta no caminho mais que correto.

sábado, 23 de agosto de 2014

The Good Wife - ( Série )





Como não amar A Boa Esposa.








Ela não é linda, mas possui um charme e uma elegância que a torna extremamente fascinante e atraente, com um leve ar de Catherine Deneuve com sua expressão fria e inacessível por muitas vezes Saint Alicia parece ser impassível, impenetrável como se nada de fato a atingisse, mas ao acompanhar sua trajetória de dona de casa e mãe de familia do suburbio da Windy City casada com o procurador do estado, a mulher traida e a beira da bancarrota, assistimos uma brilhante e ate inspiradora metamorfose e vemos sua carapaça se abrir para revelar uma mulher forte, decidida, cetica, que ama seus filhos acima de tudo, mas que ainda assim não deixa de lado a frieza e o ar frigido, nesse ultimo caso apenas uma errônea impressão diga-se de passagem, sentar-se em frente a tela pra ver Alicia Florrick se transmutar em uma advogada genial é acompanhar o triunfo da vontade, a força da decisão e da dedicação humana transpondo as barreiras do caminho sem qualquer constrangimento ou medo das cicatrizes, é bem verdade que Mrs Florrick tem uma ajuda aqui outra ali, mas isso não diminui o fato de que vê-la em seu cotidiano é como assistir, salvo as devidas proporções, a um tornado passar, a boa esposa é um fenômeno da natureza.
The Good Wife passa na globo dos estates a CBS, isso significa basicamente que a serie não foi feita pra ser primorosa ou ganhar premios e sim para dar audiencia e gerar lucro assim como suas colegas de emissora CSI, NCIS e Criminal Minds, não que essas series não sejam boas ou a emissora não tenha excelentes esquetes como How I Meet You Mother, The Big Bang Theory ou Two and a Half Man, mas nenhuma dessas series possui algo que TGW possui, a cara da tv fechada, leia-se HBO, é como se TGW estivesse ali por um erro já que não perde em nada em termos de direção, roteiro, cenografia e principalmente interpretação para series como Mad Men por exemplo, o mais surpreendente disso é o fato da serie ser procedural e ainda assim surpreendente, a trama navega entre os imbróglios jurídicos do dia a dia de um escritorio de advocacia de Chicago e os dramas pessoais de seus personagems.



O maior trunfo de The Good Wife esta na questão de seus interpretes, poucas series conseguiram juntar tantos atores bons, mas do que isso, conseguiram fazer tantos atores terem grandes interpretação em participação especial, não a toa a serie é uma das mais aclamadas pela critica nas terras do tio Sam e já recebeu inumeros premios, seus personagems possuem cada um seus proprios interesses, seus proprios motivos, ninguem é santo em TGW, nem mesmo Saint Alicia que é magistralmente interpretada por Julianna Margulies q já recebeu um Emmy e um Globo de Ouro pelo trabalho, Julianna parece ter nascido pra ser Alicia ou vice versa é algo que acontece com praticamente todos os personagems parecem ter sido escritos especificamente para seus interpretes até mesmo o eterno Mr. Big Chris Noth entrega um trabalho digno como Peter Florrick, o marido politico e infiel que acaba se tornando ao mesmo tempo uma vantagem e um estorvo na vida de Alicia. e o que dizer do fantastico Josh Charles e seu Will Gardner, amigo de escola que ajuda Alicia a voltar a advogar quando seu mundo desaba em rede nacional após a divulgação das infidelidades de seu esposo, Will e Alicia são um daqueles casais que não deram certo porque alguem não quis ceder mas que no final ambos gostariam de ter cedido e esse sentimento ficou hibernando la no fundo até acordar quando talvez já fosse tarde.
Ainda há uma leva de grandes interpretações, como Christine Baranski que da a Diane Lockhart uma elegancia e austeridade assombrosa que fascina a todos tanto que tenho mais de uma amiga estudante de direito que já me disse que quando crescer quer ser Diane Lockhart, se for para se inspirar em um personagem eu particularmente prefiro Eli Gold (Alan Cumming), o lobista de Peter que em sua primeira aparição é descrito por um dos personagems como um conselheiro de guerra, seu cinismo sua antipatia e seu calculismo são algo de fantastico, outro merecido destaque é Kalinda Sharma (Archie Panjabi),  mais uma das Femme Fatale da serie a investigadora sexy misteriosa brilhante e ambigua que nunca se envolve com ninguem, que não confia em ninguem, de cuja a qual ninguem sabe nada, mas que sabe tudo de todos e faz todos se sentirem envolvidos por ela, entre eles o rival e aliado de Alicia, Cary Agos (Matt Czuchry) outro que não deixa a qualidade da serie vacilar, mas se poderia falar de todos os personagems o genial e perigoso Louis Canning (Michael J. Fox) a espevitada Elsbeth Tascioni(Carrie Preston) o leal e etico Clarke Hayden (Nathan Lane) o maquiavelico e traiçoeiro David Lee (Zach Grenier) e algums dos principais clientes de Alicia o cinico milionario que é quase um psicopata ninfomaniaco Colin Sweeney (Dylan Baker) e o traficante Lemond Bishop (Mike Colter) pra quem gosta de um bom roteiro bem interpretado a poucas coisas na tv com a qualidade e o pedigree de The Good Wife.
A serie era originalmente produzida por Ridley Scott e seu irmão Tony Scott, após o suicidio de Tony em 2012 Ridley assumiu o comando sozinho, o drama foi criado e é até hoje escrito pelo casal Robert Michelle King de In Justice ambos veteranos do segmento legal drama na tv americana, assinam tambem a produção executiva do seriado é desnecessário dizer que trata-se do melhor trabalho da dupla que sabe amarrar a trama de uma maneira única temperando tudo com uma forte dose de tensão de todo tipo, politica, social e principalmente sexual, apesar das poucas e pontuais cenas de sexo todas são extremamente bem feitos e possuem seu ar particular desde uma transa sem compromisso até o sexo violento passando pelo amor.
O que mais me chama a atenção em TGW é o fator consistência, mesmo após 5 temporadas a serie permanece entregando enredo direção e atuação de primeiríssima linha, tudo isso como já citado sem deixar de surpreender e as vezes até chocar, é uma daquelas tramas que voce espera tudo menos o que aconteceu e no fim percebe o quão genial é o casal King e por que é tão dificil se distanciar da boa esposa após conhece-la como se ela o atrai-se para a sua teia onde tantos personagens brilhantes habitam a Season 6 já foi confirmada e sera lançada ainda esse ano em 21 de Setembro da tempo de se deixar envolver e se surpreender com o mundo juridico de Chicago.
E confirmando o calibre da serie outros grandes nomes devem entrar na trama nessa nova etapa entre eles o sempre otimo Taye Diggs e Matthew Goode q volta como o promotor Finn Polmar prometendo assim novas reviravoltas tensão e surpresas para a nova season.
TGW surgiu na minha vida quase sem querer em um dia na hora do almoço em que coincidentemente me sentei na frente da TV e sintonizei no Universal Chanel canal que transmite a serie aqui em terras tupiniquins, e calhou de estar passando justo o episodio numero 1 da season 1, foi amor a primeira vista, se voce quer se apaixonar ou simplesmente se distrair de uma chance a TGW quem sabe após um tempo voce podera assim como eu dizer sem constrangimento algum "I love you mrs Florrick".